Antes de mais nada, gostaria de avisar que é um quadrinho bem gore. Então, se você não aguenta umas paradas hards, Matadouro de Unicórnios pode ser um teste.
O quadrinho tem uma história bem
contada. O desenho do Juscelino é bem simples, os rostos não possuem
muita expressão, e essa é a magia da arte. Mesmo com isso, você consegue
ver a expressão no personagem. E todos os personagens são bem
trabalhados, possuem personalidade e são interessantes. A história tem
detalhes sutis que deixam a leitura mais rica e legal. Sem contar as
várias referências e easter eggs contidos na obra.
O personagem principal tem bastante
profundidade. Entendemos seus anseios, suas motivações e frustrações. Só
não entendi uma coisa. Talvez o termo certo seria “não justifica”.
ATENÇÃO: O trecho abaixo pode conter spoiler.
O personagem conhece a história de um
serial killer, pensa “como deve ser fácil matar” e começa a fazer isso.
Páginas depois ele justifica com algo: “acho que quase todo mundo já
teve pensamentos assassinos alguma vez, mas uma pouca parcela teve
coragem de executar”. Eu também acho. O que também não é justificativa
para virar um assassino. Considerando também que não conhecemos a vida
toda do personagem. Ele diz que sua infância foi uma merda, mas não é
mostrado, então vamos dar um crédito a isso.
Se eu disser que não gostei, estarei
judiando do quadrinho, que é muito bom. Já no começo eu comecei a achar
interessante. O negócio é que me incomoda bastante ver o cara xingando,
batendo, estrangulando e esfaqueando mulheres. Mas se não lhe incomoda e
você gosta de assassinos em série, você vai adorar.
O quadrinho tem um humor sutil, uma linguagem escrachada, e não tem receio de nada. Matadouro de Unicórnios não é uma HQ que pega leve.
Aliás, passa bem longe de pegar leve. É
uma ótima história de psicopatas, com personagens simpáticos,
reviravoltas, mortes, final intrigante e tudo mais. Leitura recomendada,
a menos que você se incomode com a violência.
0 comentários:
Postar um comentário